terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Monólogo da cerveja

Todo mundo sabe que se eu não bebesse eu seria rico. Se eu fosse contabilizar o tanto de dinheiro que eu já gastei só em cerveja, pelo menos um fusca 73 eu teria. Ou então uma bateria BNB. Mas não tenho.
Dizem por aí que quem bebe vive menos. Vive menos estressado, menos louco. E é verdade. Uma pessoa de 98 anos vai ter muito mais tempo pra se estressar do que eu, que, se der sorte, morro com no máximo 60. E até lá vão ser pelo menos mais um caminhãozinho de cerva por ano.
Um caminhão de cerva deve custar uns 6 mil reais. Pelo menos é a quantia que eu almejo beber por ano.
Tem muita gente que se pergunta isso. "Ai, será que eu já bebi um caminhão de cerveja?" Claro que já! Eu fico imaginando se eu, com a minha idade, já bebi que nem um condenado, o tanto que meus tios já não beberam, gente! Digo isso por presenciar festas e assistir de camarote a Ambev enriquecendo. Fora as Teleco Teco que eles compravam pra caipirinha.

O bar da Carmem lucrava e eu quase gastei a rua de tanto atravessar pra ir comprar cerveja. Tanto é que a molecada da rua vivia me zoando por eles estarem distraídos demais com a cervejada e me mandavam no buteco pra comprar o santo líquido. Ficavam olhando pro chão, analisando o estado do pavimento e me perguntando se já num tinha gastado o asfalto, de tanto descer na budega da Carmem e do Zé (Que Deus o tenha). Não, não fui eu nem meus tios quem o matou não, ele morreu sozinho. De cirrose, não duvido. O bom é que eu aprendi, alguns anos depois, como eles se sentiam ao querer mais cerveja e não querer interromper o papo.
Deixa meu sobrinho crescer mais um pouco que ele vai ver só... Vou mandar o moleque de carriola comprar umas pra gente.

Enfim, não se poupem. Deus deu o fígado pra gente por saber que um dia iam inventar a cerveja. E o vinho da época de Jesus devia ser bem mais forte que os Guaravera de hoje em dia.
Aí me perguntam o motivo da juventude beber tanto. É lógico que a gente bebe! Todo mundo quer sair de casa 11 horas da noite e voltar cedo. No outro dia cedo. A grande questão é que, eu não sei vocês, mas eu já tentei passar a noite bebendo coca cola. Não tem graça. A cerveja é a bebida mais sociável que já puderam inventar. A coca cola te tira o sono e te dá vontade de ir embora, e a cerveja, te dá sono e te dá vontade de ficar. É quase um enigma. Você vai num buteco da vida, come um "chipe" (é, daqueles mandiopã, eu chamo de Chipe. Eu o Danilo e o Maurição.), discute sobre heavy metal, mulheres, o fdp que te passou pra trás ou combina de ir fazer um carrinho de rolimã no outro dia. Claro, você só teve vontade de voltar aos seus 11 anos de idade por ter bebido um monte de cerveja. Beber coca cola ce já tinha que beber naquela época. Ou não, né. Com refrigerante, o máximo que você teria vontade de fazer no dia seguinte era ir pra um bar e beber. Cerveja, claro.

Em tempos de violência e efeito estufa, que esquenta a terra, faz vendaval e um monte de coisa, o esquema é beber mesmo. Beba, pois você refresca a sensação do efeito estufa, cai de bêbado e vai permanecer caído na hora do vendaval, então o vento não te leva.


É isso ae, gente, num economiza na cervejada do fim do ano não. E me chama, tá?


SÓ NUM ME VAI SAIR DIRIGINDO LOUCO E FAZER MERDA, TÁ?

Um comentário:

  1. Amendodrums e sua cerveja.
    Vamos entornando o caneco então, até que a morte nos separe da cerveja.

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